Este é um blogue que surge no âmbito da disciplina de História do Património (Professora Marta M. Gomes), inserida na área de Humanísticas - Turismo, dos Cursos Secundários Profissionalmente Qualificantes. Durante o decorrer deste ano lectivo serão aqui colocados excertos dos trabalhos realizados pelos alunos no sentido de dar a conhecer o património existente em S. Tomé e Príncipe, mas também, visando o objectivo de promover turisticamente este belíssimo arquipélago. Pretende-se ainda, promover uma cidadania activa, no que diz respeito à preservação e manutenção do Património existente.

Esperamos que encontre aqui razões suficientes para visitar a nossa casa e para todos os que já aqui vivem, esperamos que consigamos o objectivo de espalhar a mensagem de que é preciso preservar a nossa história a fim de legar às gerações futuras uma herança digna de ser respeitada e apreciada.

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domingo, 27 de julho de 2008

Dialectos e Crioulos

Sendo a cultura algo valioso na dentificação de um povo e constituída por vários conjuntos de hábitos e costumes, na qual chamamos de tradição de um povo, ela está presente em todas as nações, e São Tomé e Príncipe não foge à regra. Eis que temos os crioulos e dialectos (forro, angolar e lunguié), como uma das características deste povo.

Este trabalho tem por objectivo, caracterizar São Tomé e Príncipe relativamente a existência desses, deliniar as zonas onde frequentemente são faladas, a sua importância cultural e patrimonial na promoção e desenvolvimento do turísmo sustentável.

Pode-se considerar a “ língua” conceito indispensável na difinição de uma nação, e que se torna ampla quando se trata de crioulos e dialectos. Pois são inúmeras difinições que estão na base, umas divergindo e outras convergindo com as opiniões de alguns autores. No entanto apresentaremos, como é lógico, as mais convenientes.

sistema abstracto de signos e de regras gramaticais que possibilita a produção e a compreensão dos actos linguísticos; vocabulário de um idioma e suas regras gramaticais; idioma

Crioulos – tem por significado “ mistura”, quer para pessoas de pele escura, originárias do cruzamento emtre europeus e africanos, ou quer para língua. Quando se trata de língua de uma nação, esta tem por difinição, cruzamento de línguas africanas mais o português.

1.Que provém de países em que houve escravatura negra

2.Diz-se do dialecto ou língua que resulta da evolução de uma língua de contacto entre colonizadores e povos autóctones

3.Diz-se do dialecto falado em Cabo Verde

Dialecto – do grego “dialektos”, entende-se como língua ou línguagem especial. Como não há perfeita igualdade entre actos de fala de um único individuo em diversos momentos, são relativos os conceitos indicados tais como língua. Num sentido diacrónico, mais amplo, comsidera-se dialectos todos os idiomas que provêm de uma língua única. Como o termo dialectos tem uma conotação depreciativa na línguagem comum, surgerindo uma forma menos elevada do que a forma padrão. Alguns investigadores substituem-no por variedades de “ línguagem”, “ línguajar” ou “fala”, outros reservam o termo dialectos para casos em que se trata de um conjunto de fenómenos mais individualizados.

São Tomé e Príncipe, que no passado foi uma das colónias portuguesas, tiveram a sua colonização logo a pós ao descobrimento, servindo assim “de berço” a diferentes povos vindos do continente africano. Estes por serem escravos não tinham a permissão de trazer consigo algo material que os identificasse, pois tinham como condição adaptar-se à cultura portuguesa em detrimento da sua, mas como a cultura é algo que ultrapassa as fronteiras e sobrevive às barreiras do tempo, estes povos não deixaram de modo algum o que lhes vinha na alma,”a língua”. Esta com o decorrer do tempo fundiu-se com a local (português) e produziu diferentes tipos de crioulos (forro, angolar, lunguié).

No entanto, de poucos estudos efectuados por alguns interessados na matéria, sobre estes crioulos, foram possíveis delinear 3 (três) zonas onde frequentemente são praticadas. A primeira zona é o centro da ilha, onde predomina o “forro” cujos falantes constituem maior número.

O forro que significa “livre” é entendido por descendentes dos escravos, declarados homens livres na obtenção da carta foral. Assim sendo é subdivido em dois grandes grupos. O primeiro, forro propriamente dito, ou genuínos que se refugiavam na floresta junto aos angolares. O segundo, forros assimilados, aquando da governação do governador Gregório José Ribeiro em 1873/1879 e que oucupara a periferia comunicando ainda em forro. Este crioulo constitui uma fusão de diversas línguas africanas como: - Bantu, kwa da região de Benin, kakongo e kishikongo da região de Congo, e o português.

Na segunda zona temos, as regiões sul e norte da ilha, marcadas pelo “angolar” ou língua n´golá. Esta forma de comunicar é feita apenas por um grupo étnico chamado “angolar” residente em S. João dos Angolares cidade pertecente ao distrito de Caué, e a norte, concretamente em Neves cidade do distrito de Lembá.

Segundo os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística, pode-se verificar que o lunguié só é falada por menos de 2% da população, facto que se justifica pelo processo de migração, de pessoas de Príncipe para São Tomé, e a sua tendência em se comunicar em forro e consequentemente usar um línguié aforrado, alegando sentirem-se desaprendidos do falar lunguié. Percentagens, que comparando com os outros crioulos e dialectos está prestes a se perder caso não haja uma intervenção do estado e cidadãos. Relativamente ao angolar é falada por 9% da população e só pelos angolares a norte, sul e em todo o litoral da ilha. E o forro, falado por todos os diferentes grupos étnicos, consituindo assim 76,3% da população. Todavia perante essas percentagens podemos deduzir que os números de falantes têm vindo a diminuir, ainda mais se compararmos antes e depois da independência. Mas é de salientar que este facto não se deve apenas por não haver dicionários, livros escolares, gramáticas e prontuários nacionais, mas também pela vontade da população, sobretudo dos jovens em aderirem a outras línguas (Francês e Inglês) como forma de dar respostas aos efeitos da globalização, uma vez que estas são consideradas de línguas de negócio. Segundo I.N.E, 5% da população já comunica diariamente nestas línguas, superior aos falantes do lunguié, facto que pode consciencializar os são-tomenses a reflectir seriamente no conceito “Património” sua importãncia e valorização.

Para alcançar uma harmonia prescisamos de um estado que valorize a sua própria cultura, é necessário, sobretudo, verificar-se um forte interesse genuíno, de modo a que haja uma união contribuindo assim para um enriquecimento e uma evolução daquilo que é natural e que se quer ver a crescer. Em S.Tomé e Príncipe existe uma diversidade de linguagem que caracteriza o nosso solo sagrado.

Neste sentido, observar-se um forte declinio no que diz respeito aos nossos crioulos e dialectos que se encontram numa queda rumo ao desaparecimento e a despromoção na medida em que são elas que na epoca colonial serviram de suporte nas comunicações dos nossos antepassados e hoje  têm uma presença quase invisível no seio das nossas populações.

Em relação à população, as preferências variam consuante a sua forma de comunicação é feita em.

Não nos podemos esquecer de ambas porque refletem as referências do passado e a sua revitalização significa a preservação da nossa tradição oral.

Segundo alguns dados revelados, conclui-se que 85% das composições musicais locais são feitas em crioulo, etravés de diversos agrupamentos folclóricos, bandas musicais, grupos carnavalescos e teatrais.

O crioulo forro destaca-se no conjunto de outros crioulos e dialectos, por ser a línguagem usada para atingir a independência em S. Tomé, considerada como língua de luta, ressaltando o seu grande valor histórico. Desta feita torna-se indispensável a preservação e divulgação em homenagem aos fundadores da nação.

Berlindo, Mauri, Sara e Teodora

Até à vista, esperamos por si neste belissímo Paraíso do Equador!

2 comentários:

Anónimo disse...

Como se escreve "Bo sabuadu" correctamente?

Anónimo disse...

como se escreve "chocolate negro" em crioulo cabo verdiano?obrigado